sexta-feira, 11 de junho de 2010

Mulheres do Barateiro: as flores de Flamboyant


A origem do Bordado está no oriente, na China, a arte de bordar vem sendo repassada a 3.500 anos a.C e hoje se encontra retratada em muitos trabalhos de artesãs cearenses que utilizam estilos de bordados conhecidos de várias regiões do mundo. Andando pelo mundo e pelos séculos o bordado resistiu espalhando por desconhecidos lugares através das imigrações e continua sempre um estímulo aos aprendizes em suas estórias de superação.
O bordado japonês um do estilo mais clássicos, também se encontra entre um dos preferidos das bordadeiras de Ita pajé.Sempre a característica peculiar de colocar um colorido forte em seus desenhos para expressar a natureza e objetos do cotidiano vários jogos de cama mesa e banho são confeccionados preservando a linhagem histórica do bordado.
Na região norte do Ceará o bordado acaba por levar uma identidade das pessoas que o produzem que registram seu contexto em cada peça produzida. O processo de criação que vai desde a escolha de um tipo de risco específico até a sua aplicação no tecido e o preenchimento da peça, exige do artesão sensibilidade para colocar as cores no bordado.Se outrora os tecidos guardaram desenhos de mapas, percursos ou rotas ,hoje, eles tem motivos diversos para dar singularidade ao seu dono.
O resultado de todo este trabalho de disseminação de trabalhos artesanais se deveu a mestras que ajudaram a ensinar a fazer os primeiros pontos para prendar moças e senhoras na cidade através de aulas de corte e costura, ponto cruz e bordado.A técnica de arte do bordado é por muitas bordadeiras arquivadas em coleções de revistas especializadas, como a Revista Mãos de Ouro, em cadernos de riscos que revelam ricas variedades de motivos utilizados nos bordados.
Dentro da paisagem bucólica do bairro Barateiro sobressaem as flores cultivadas nos terreiros das casas, plantas nativas da região regadas por mulheres que colocam em sua rotina mais um ofício: o de bordadeira. Uma arte milenar, itinerante e popular que ao longo do tempo conseguiu chegar as mais camadas sociais mais pobres e ali ficou como fonte complementar de renda.
A arte de bordar é milenar, mas profissão de bordadeira após os consideráveis avanços da indústria têxtil tornou-se obsoleta. Tentando acompanhar a modernidade o recurso utilizado pelas artesãs foi incorporar o maquinário industrial a sua rotina. Com
A produção de peças bordadas na máquina, à bordadeira continua sendo reconhecida como uma artesã, porém não é conhecida como uma profissional que sofre desgaste em seu trabalho e merece uma assistência previdenciária.
Muitas estórias de vida e superação surgem neste contexto e luta das bordadeiras de Ita pajé. São mulheres que se tornaram as próprias flores dos bordados com caules espinhosos, mas surgidas de uma semente: a determinação.

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